O programa de monitoramento da fauna, ou seja, dos animais da região, ligado à construção da Ponte de Guaratuba, no litoral do Paraná, já acompanhou mais de 18 mil animais desde o início das obras. Entre eles, há espécies comuns, raras e até ameaçadas de extinção, segundo o governo do Estado.
O monitoramento da fauna faz parte das exigências ambientais da obra da ponte, que vai ligar os municípios de Guaratuba e Matinhos e já está com 60% dos trabalhos concluídos. A previsão de entrega é abril de 2026.
Acompanhamento ambiental contínuo

Ao todo, já foram identificados e monitorados diversos animais, como aves, mamíferos como o gato-maracajá, répteis como cobras e tartarugas, e anfíbios como o sapinho-pulga.
Também foram registrados peixes, crustáceos e a chamada macrofauna bentônica, formada por pequenos organismos que vivem no fundo de rios, lagos e do mar.
O objetivo do programa é garantir que a construção da ponte siga as normas ambientais e cause o menor impacto possível na natureza da região.
Segundo os técnicos responsáveis, o aparecimento frequente de espécies sensíveis perto do canteiro de obras é um sinal de que as ações de preservação estão funcionando. Entre os animais observados estão o bugio-ruivo e a lontra.
Espécies raras e ameaçadas
Entre as espécies raras registradas durante o acompanhamento ambiental, destacam-se:
Sapinho-pulga (Brachycephalus sulfuratus)
Falsa-coral (Siphlophis pulcher)
Gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus)
Papagaio-da-cara-roxa (Amazona brasiliensis)
O programa também identificou espécies ameaçadas de extinção, como:
Lontra (Lontra longicaudis)
Gato-maracajá (Leopardus wiedii)
Raia-viola (Pseudobatos percellens)
Cavalo-marinho (Hippocampus cf. erectus)
Tartaruga-verde (Chelonia mydas)
Maçarico-acanelado (Calidris subruficollis)
Figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor)
Um legado para a ciência
Para o governo do estado do Paraná, o trabalho de monitoramento deve deixar um importante legado científico sobre a fauna do litoral paranaense. Além de contribuir com a proteção das espécies, o programa também reúne dados que podem ser usados por pesquisadores, universidades e instituições ambientais em estudos futuros.

A Ponte de Guaratuba está sendo construída a cerca de 22 quilômetros da divisa com Santa Catarina, e deve trazer melhorias para a mobilidade entre os estados, respeitando, ao mesmo tempo, os princípios da preservação ambiental.