Ressacas e erosão costeira seguem ameaçando áreas urbanas e estruturas à beira-mar
A força do mar vem redesenhando o Litoral Norte de Santa Catarina e preocupando as comunidades que vivem próximas à orla.
Barra Velha, São Francisco do Sul, Balneário Barra do Sul e Itapoá mantêm decretos de situação de emergência devido à erosão costeira e às ressacas, que têm avançado sobre ruas, calçadas, estruturas de contenção e, em alguns pontos, até residências.
O caso mais recente é o de Barra Velha, que oficializou o decreto por 180 dias após registraragravamento da situação nas praias da Península e das Pedras Brancas e Negras, apontadas pela Defesa Civil como áreas de risco elevado.
Além dos danos visíveis causados pela erosão, o município protocolou no Instituto do Meio Ambiente (IMA) o projeto de instalação de seis molhes, com 130 metros de extensão cada, dispostos a 250 metros de distância um do outro ao longo da Praia Central.
O objetivo é conter o avanço das ondas e proteger a faixa de areia e as estruturas próximas à orla.
Em São Francisco do Sul, o alerta foi emitido ainda em junho, após fortes ressacas provocadas por um ciclone extratropical que atingiu o litoral catarinense. Relatórios da Defesa Civil apontaram danos recorrentes nas praias e prejuízos estruturais, o que motivou o decreto de emergência com validade de seis meses.
No caso de Itapoá e Balneário Barra do Sul, os decretos foram publicados em agosto, também com duração de 180 dias. Em ambas as cidades, o mar avançou sobre trechos urbanos, destruindo decks, passarelas e calçadas. Em Itapoá, os danos foram concentrados fora da área que deve receber o maior alargamento de praia do país, projeto que prevê o engordamento da faixa de areia em cerca de dez quilômetros de extensão.
A Defesa Civil orienta moradores e turistas a evitarem áreas próximas à orla em dias de maré alta e a acionar o número 199 em situações de risco.
O fenômeno, que combina aumento do nível do mar, mudanças climáticas e erosão natural das encostas, reforça um alerta que se repete ao longo do litoral catarinense: o avanço do mar não é mais um evento isolado, mas um desafio permanente para as cidades costeiras.