A manhã desta segunda-feira (18) foi marcada por uma cena triste na Praia do Ervino, em São Francisco do Sul, onde mais de 80 pinguins-de-magalhães foram encontrados mortos na faixa de areia. O registro foi feito por banhistas, que acionaram a equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado pela Univille.
De acordo com o Projeto de Monitoramento, situações como essa são comuns nesta época do ano. Entre junho e setembro, os pinguins costumam aparecer no litoral catarinense em busca de águas mais amenas, ou seja, temperaturas mais agradáveis para eles, e também de alimento.
Muitos acabam chegando debilitados por hipotermia, quando o corpo perde calor além do normal, e por subnutrição, a falta de energia causada pela escassez de alimento durante o longo deslocamento.
A espécie de pinguim mais frequente no Brasil é o pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), originário da Patagônia, região fria que abrange o sul do Chile e da Argentina.
A maioria dos indivíduos que encalham são jovens, que seguem a corrente das Malvinas, localizada no Atlântico Sul, em busca de cardumes de peixes, principalmente anchovas, espécie bastante consumida também na culinária brasileira. Em muitos casos, acabam morrendo antes de conseguir se recuperar.
De acordo com dados do PMP-BS/Univille, somente em 2025 já foram registrados mais de 500 pinguins encalhados nas praias do Litoral Norte catarinense. Apenas na primeira quinzena de agosto, 269 aves foram encontradas em praias de Itapoá, São Francisco do Sul, Balneário Barra do Sul e Araquari/Itapocu, área sob responsabilidade da Univille.
Além do quadro de debilidade crônica, quando os animais chegam enfraquecidos e sem energia suficiente para sobreviver, parte deles também morre por captura acidental em redes de pesca, situação em que acabam presos junto aos peixes.
O que fazer ao encontrar um pinguim vivo
O PMP-BS orienta que, em caso de avistamento de um pinguim vivo nas praias de Itapoá, São Francisco do Sul, Balneário Barra do Sul ou Araquari, o banhista deve seguir algumas recomendações:
Entrar em contato com a equipe especializada: 0800 642 3341 / (47) 3471 3816 / (47) 99212 9218 (WhatsApp);
Enviar a localização e, se possível, fotos ou vídeo do animal;
Manter animais domésticos afastados;
Não manusear o animal, devido ao risco de transmissão de doenças como a gripe aviária;
Se possível, faça a salvaguarda do animal, ou seja, ajude a proteger o espaço onde ele está, mantendo uma distância mínima de 5 metros até a chegada da equipe do PMP-BS.
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, e está ligado às atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural. O objetivo é acompanhar os possíveis impactos dessas operações sobre os animais marinhos e garantir ações rápidas de resgate e pesquisa.