Itapoá deu o primeiro passo para uma das maiores obras de recuperação costeira do país. Nesta quinta-feira (10), foi realizada a reunião inicial da comissão que vai acompanhar de perto o alargamento da faixa de areia em três praias da cidade. O grupo é formado por representantes da Prefeitura, Câmara de Vereadores e conselhos municipais, e também começa a discutir os primeiros passos de uma nova etapa, que pode abranger quase 10 quilômetros de orla.
A primeira intervenção deve acontecer nas praias da Figueira do Pontal, Pontal do Norte e Princesa do Mar. Essas áreas vão receber cerca de 6,4 milhões de metros cúbicos de areia, reaproveitada da dragagem do canal externo da Baía da Babitonga, realizada pelo Porto de São Francisco do Sul. Para se ter ideia do volume, isso equivale a aproximadamente 640 mil caminhões basculantes carregados. É areia suficiente para formar uma fila de veículos que cruzaria o continente. A previsão é que as obras comecem até o fim do ano e durem cerca de dez meses, a partir da assinatura da ordem de serviço.
Ao todo, cerca de 7 quilômetros da orla de Itapoá serão beneficiados com o alargamento. A faixa de areia vai ficar mais larga, podendo variar entre 30 e 100 metros, dependendo do trecho. Além de recuperar as praias, a dragagem também tem outro objetivo: permitir a entrada de navios maiores nos portos de Itapoá e São Francisco do Sul. Parte da areia retirada será descartada em alto-mar, em áreas chamadas de bota-fora, seguindo critérios ambientais definidos pelos órgãos responsáveis.
Enquanto a primeira etapa ainda se prepara para sair do papel, a comissão já começou a planejar uma nova fase de alargamento. A proposta é estender a recuperação para um trecho de 9,5 quilômetros de praia, entre o bairro Continental e o balneário Cambijú. Essa faixa ainda passará por estudos técnicos, que vão apontar os pontos mais desgastados pela força do mar, calcular a quantidade de areia necessária, estimar os custos e definir de onde será retirada a areia usada na obra.
Segundo o secretário de Meio Ambiente de Itapoá e presidente da comissão, Rafael Brito Silveira, a proposta é dividir o projeto em quatro partes, o que deve facilitar o início das obras por etapas, conforme os recursos forem sendo liberados. O município também pretende abrir um processo de licitação para contratar os estudos ambientais exigidos por lei, como o EIA-RIMA, que analisa os impactos da obra no meio ambiente, além dos projetos de engenharia que vão orientar toda a execução.
Com o avanço do planejamento, Itapoá começa a se destacar no cenário nacional como uma das cidades que mais investem em soluções de engenharia costeira. O objetivo é claro: proteger o litoral, enfrentar os impactos da erosão e garantir que o crescimento da cidade aconteça em equilíbrio com o meio ambiente.