O Departamento Estadual de Trânsito de Santa Catarina (Detran/SC) enfrenta uma das maiores crises de sua história, com denúncias que envolvem esquemas de corrupção, assédio a servidoras e o sumiço de veículos apreendidos. As informações foram reveladas pelo jornalista Marcelo Lula, do portal SC em Pauta, e repercutidas por diversos veículos, incluindo O Janelão.
Esquemas e suspeitas de “rachadinha”
Entre as denúncias mais graves está a suspeita de um esquema de “rachadinha”, prática em que servidores ou indicados políticos devolveriam parte do salário a superiores hierárquicos.
Fontes internas apontam ligações diretas com nomes do primeiro escalão do Governo Estadual e até possíveis conexões com gabinetes da Assembleia Legislativa (ALESC).
Ainda não há provas conclusivas da participação de deputados, mas o caso já é acompanhado de perto por órgãos de controle e deve resultar em uma ampla investigação administrativa e criminal.
Relatos de assédio e medo entre servidoras
Outra frente de preocupação envolve denúncias de assédio sexual e moral dentro do órgão. Servidoras, especialmente terceirizadas, relataram episódios de constrangimento, importunação e até contatos físicos inapropriados por parte de superiores.
De acordo com relatos, muitas vítimas têm medo de denunciar, temendo perder o emprego ou sofrer represálias. O clima de insegurança teria se intensificado nos últimos meses, com relatos de pressões psicológicas e tentativas de silenciamento.
Sumiço de veículos apreendidos
O desaparecimento de cerca de 200 veículos de luxo, entre modelos BMW, Mercedes e Volvo, também está entre os pontos investigados. Os automóveis, apreendidos em cidades como Joinville e Itajaí, teriam sumido dos pátios credenciados ao Detran.
Há suspeitas de que parte desses veículos tenha sido vendida irregularmente ou desmontada, e que servidores tentaram “legalizar” o sumiço ao incluir carros em bom estado nas listas de destruição da chamada Operação Limpa Pátio, que deveria atingir apenas sucatas.
Auditoria apagada e questionamentos sobre transparência
Fontes internas também apontam que uma auditoria que investigava o desaparecimento dos veículos foi apagada do sistema do Detran, levantando dúvidas sobre a integridade das informações e a responsabilização dos envolvidos.
A ex-presidente da Comissão de Leilão do órgão, Clarice Serena, afirmou que a guarda e segurança dos veículos são de responsabilidade dos pátios credenciados e dos municípios, cabendo ao Detran apenas o processo de leilão.
Irregularidades em licitações
As denúncias também envolvem o Leilão Ferroso, no qual haveria indícios de favorecimento a uma empresa do Rio de Janeiro, contrariando o princípio de igualdade nas licitações públicas.
De acordo com Clarice Serena, o edital foi elaborado com base nas normas da Polícia Rodoviária Federal, mas o caso ainda está sendo apurado.
Desdobramentos
As denúncias abalaram a credibilidade do Detran e levantam questionamentos sobre a gestão interna do órgão. As investigações continuam e devem se aprofundar nas próximas semanas, em meio a um cenário que exige transparência e responsabilidade na administração pública.
Fonte: SC em Pauta / O Janelão
								

								
								
								
								
								
								
								
								

								
								
								
								
								
								
								
								
								
								





								
