O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, recebeu nesta segunda-feira (25) executivos da cooperativa Coamo, do Paraná, para oficializar o anúncio da construção do oitavo porto catarinense, que será instalado em Itapoá. A previsão é que o terminal comece a operar no início de 2030.
O empreendimento receberá um investimento de R$ 3 bilhões em uma área de 43 hectares, o equivalente a mais de 40 campos de futebol. O projeto prevê três berços de atracação e capacidade para movimentar cerca de 11 milhões de toneladas por ano, volume suficiente para abastecer milhares de navios de grande porte.
Repercussão
Para o governador Jorginho Mello, a chegada do novo terminal representa um marco para Santa Catarina. Ele destacou que o empreendimento simboliza um passo decisivo para o Estado, consolidando a posição catarinense como líder nacional em número de portos. Mello também ressaltou o impacto do investimento, que se soma ao projeto de dragagem da Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul, criando um importante corredor de importação e exportação para a região.
A Coamo já opera no Porto de Paranaguá (PR), mas enfrenta gargalos logísticos, como filas frequentes no escoamento de grãos. De acordo com a cooperativa, o ambiente favorável de negócios em Santa Catarina foi decisivo para a escolha de Itapoá como sede do novo terminal.
O presidente da cooperativa, Airton Galinari, afirmou que o novo terminal representa a realização de um projeto aguardado pelos produtores. Ele lembrou que a Coamo já possui dois terminais em Paranaguá, mas identificou a necessidade de expansão, e destacou que a iniciativa vem sendo preparada há quase dez anos. Segundo Galinari, as obras de infraestrutura em andamento em Santa Catarina, como a duplicação das rodovias SC-416 e SC-417, são fundamentais para viabilizar a movimentação de até mil caminhões por dia, fator que pesou na decisão de escolher Itapoá para o investimento.
Impactos econômicos e sociais
A expectativa é que as obras do terminal envolvam cerca de 2 mil trabalhadores. Após a conclusão, a operação do porto deverá gerar aproximadamente 1 mil empregos diretos, fortalecendo a economia local e regional.
O secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, ressaltou a vocação catarinense para a logística. Ele lembrou que Santa Catarina já se destacava como o único estado do país com seis portos em operação e que, com o início dos testes do Terminal de Granéis de Santa Catarina (TGSC), em São Francisco do Sul, e a chegada da Coamo, esse número sobe para oito portos.
Martins enfatizou que se trata de um empreendimento privado capaz de gerar empregos e fortalecer ainda mais a posição estratégica do estado no comércio exterior.
O novo terminal terá operações de GLP (gás liquefeito de petróleo), além de granéis, líquidos combustíveis e fertilizantes. Com isso, Itapoá se consolida como um dos principais polos logísticos e portuários do Brasil.