Motoristas de caminhão de diferentes regiões do país articulam uma paralisação nacional para esta quinta-feira (4). O movimento, segundo as lideranças, não tem vínculo partidário e busca pressionar por melhorias nas condições de trabalho e no modelo atual do transporte rodoviário.
Entre os porta-vozes está Daniel Souza, caminhoneiro e influenciador que atuou na greve de 2018. Ele relata que a categoria enfrenta uma situação considerada por ele como insustentável, com remuneração baixa, excesso de burocracia, insegurança nas estradas e dificuldade para cumprir as exigências legais.
Janderson Maçaneiro, o Patrola, presidente da Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas, também menciona forte insatisfação entre os profissionais e acredita em ampla adesão ao movimento. Organizações como o Sindicam de Cravinhos e representantes da greve de 2018 têm reforçado a mobilização nas redes sociais.
Apesar disso, nem todas as entidades concordam com a paralisação. O Sindicato dos Transportadores Autônomos de Porto Ferreira informou que não vai se posicionar e defende que qualquer deliberação seja tomada coletivamente. Há divergências semelhantes entre caminhoneiros autônomos de outras regiões do país.
A lista de reivindicações apresentada ao jornal O Movimento reúne demandas consideradas prioritárias pela categoria.
Entre elas estão:
Garantia de estabilidade contratual e impedimento de rescisões sem justificativa.
Revisão do Marco Regulatório do Transporte de Cargas.
Anistia total a envolvidos em manifestações da última década.
Defesa da manutenção do piso mínimo do frete e reajuste para veículos de nove eixos.
Congelamento de dívidas dos autônomos por 12 meses, com possibilidade de renegociação por até 120 meses. Isenção de pesagem entre eixos.
Aposentadoria especial após 25 anos de atividade.
Cumprimento da lei do eixo erguido nos pedágios.
Linha de crédito de até R$ 200 mil para caminhoneiros autônomos, mesmo negativados.
Criação de pontos de parada e descanso nas rodovias. Anistia administrativa para atos cometidos em mobilizações anteriores. Participação de representantes da categoria em cargos públicos e reserva de 30% do frete de estatais para autônomos.
Subsídio ao diesel e redução da obrigatoriedade de biodiesel na mistura.
Criação de escolas técnicas de transporte. Implementação da Justiça do Transporte, dedicada exclusivamente às demandas do setor. Isenção de IPI na renovação de frota por autônomos.
Suspensão imediata da Lei do Descanso (13.103/2015) e anistia de multas aplicadas por falta de pontos de parada adequados.
A adesão ao movimento ainda é incerta e deve variar entre regiões. Até o momento, o governo federal não se pronunciou sobre a paralisação.
Fonte: Jornal O Movimento











