O futuro porto da Coamo em Itapoá está cada vez mais próximo de se tornar realidade. Em 2024, a cooperativa iniciou o processo de licenciamento ambiental junto ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e aguarda, em paralelo, a autorização necessária da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) para poder operar como instalação portuária. Com o andamento dessas autorizações, a expectativa é que a Coamo possa, futuramente, marcar uma data para o início das obras, possivelmente a partir do segundo semestre de 2026 ou ao longo de 2027, dependendo do avanço dos licenciamentos.
Na última semana, representantes da Coamo estiveram em Itapoá para apresentar o projeto do novoporto à comunidade. A proposta foi detalhada em encontros com instituições locais, como a ACINI (Associação Empresarial de Itapoá) e a CDL de Itapoá, que acompanham de perto os avanços do setor logístico na região.
Durante as reuniões, além da parte técnica do projeto, também foram discutidas maneiras de garantir que o crescimento econômico caminhe junto com a sustentabilidade e o respeito à vocação turística de Itapoá. O foco foi encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento portuário, a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida de quem vive na cidade.

A Coamo é a maior cooperativa agrícola da América Latina. Fundada em Campo Mourão, no Paraná, está presente em 76 municípios e conta com 121 unidades de recebimento. Todos os anos, exporta aproximadamente 5 milhões de toneladas de grãos por diversos portos do país, sendo considerada uma das grandes potências do agronegócio brasileiro. A construção de um terminal próprio em Itapoá marca um passo estratégico para a cooperativa, e uma oportunidade histórica para a cidade.
A nova estrutura será implantada em uma área de 427 mil metros quadrados, sendo 80 mil m² de área construída. O projeto prevê três berços de atracação: um para exportação de grãos, que será o maior deles; outro para importação de fertilizantes; e um terceiro voltado ao manuseio de granéis líquidos, como combustíveis, GLP e outros produtos similares. Quando estiver em plena operação, o novo porto poderá movimentar até 10 milhões de toneladas por ano.
A escolha de Itapoá não é por acaso. O município está situado na Baía da Babitonga, uma área estratégica com condições naturais ideais para operações portuárias. Em breve, o canal de acesso à baía passará por obras de aprofundamento, o que vai permitir a entrada de navios cargueiros de grande porte. A dragagem será realizada em parceria entre o Porto Itapoá e o Porto de São Francisco do Sul. Outro diferencial é que Itapoá está em uma das regiões mais produtivas do Brasil, o que reforça ainda mais seu potencial logístico.
Desde 2011, Itapoá já abriga o Porto Itapoá, um dos maiores terminais do Brasil em movimentação de contêineres. Com a chegada do novo terminal da Coamo, a cidade avança ainda mais na consolidação como polo logístico no Sul do país, ampliando sua capacidade de atrair empresas, gerar empregos e impulsionar novos investimentos.

O impacto na economia local deve ir além da estrutura física. A instalação do porto tende a impulsionar a chegada de novas empresas, ampliar a oferta de vagas de trabalho e fortalecer setores como comércio, serviços e construção civil. Toda essa movimentação beneficia não só a comunidade logística, mas também o cotidiano de quem vive em Itapoá.
O cenário também é promissor para investidores. De acordo com o Censo 2022 do IBGE, Itapoá cresceu 134% desde 2010, exatamente um ano antes do início das operações do Porto Itapoá. Com a chegada de um novo terminal portuário, a expectativa é de uma valorização ainda maior, reforçando o dinamismo e o potencial de crescimento do município no litoral catarinense.
A proposta reforça o papel de Itapoá como uma cidade estratégica, onde desenvolvimento portuário, turismo, preservação ambiental e qualidade de vida caminham lado a lado. O grande desafio é seguir crescendo sem abrir mão daquilo que torna o município um lugar especial para quem escolheu viver aqui.