Uma das obras mais esperadas para a Baía da Babitonga está prestes a sair do papel. A licitação para a dragagem do canal externo, que dará acesso aos portos de Itapoá e São Francisco do Sul, está na reta final.
As empresas interessadas já apresentaram suas propostas, e agora a comissão do Porto de São Francisco analisa a documentação. A expectativa é que o resultado seja divulgado nos próximos dias. A obra deve receber um investimento de R$ 324 milhões, custeado pelo Porto Itapoá. O recurso será aplicado por meio de um acordo de antecipação de receitas: o terminal privado faz o investimento e, depois, desconta esse valor das tarifas que paga ao porto público pelo uso da estrutura aquaviária.
Assim que o contrato for assinado e a obra for oficialmente autorizada, a empresa vencedora terá 90 dias para preparar todos os detalhes técnicos necessários para dar início à dragagem. A expectativa é que os trabalhos comecem ainda este ano, com prazo de dez meses para conclusão.
A obra vai retirar mais de 12 milhões de metros cúbicos de sedimentos do fundo do mar. Isso equivale a quase 5 mil piscinas olímpicas cheias de areia e lama. Todo esse material será retirado do canal de acesso aos portos da região como parte do projeto de aprofundamento da Baía da Babitonga.
Desse total, cerca de 6,4 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a mais de 2,5 mil piscinas olímpicas, serão reaproveitados para ampliar três faixas de areia em Itapoá: Figueira do Pontal, Pontal do Norte e Princesa do Mar.
É a primeira vez no Brasil que sedimentos de uma operação portuária serão usados para alargar praias. A iniciativa é inédita e tem grande impacto ambiental e turístico. Segundo a Prefeitura de Itapoá, esse será o maior alargamento de faixa de areia já licenciado no país.
Com a dragagem, a profundidade do canal vai aumentar de 14 para 16 metros, o que vai permitir a entrada de navios maiores, com até 366 metros de comprimento. O canal também será alargado, passando de 160 para 260 metros de largura. A expectativa é que essa mudança traga mais segurança e eficiência nas manobras.
A expectativa é que, com a melhoria da infraestrutura, os dois portos aumentem sua capacidade de operação. Isso pode significar mais empregos, mais receitas e mais desenvolvimento para toda a região.